domingo, 25 de janeiro de 2009

Um'a ousadia: propostas para reformar e unificar a ortografia galega e portuguesa

Ideias para um novo acordo ortográfico no que poda intervir umha representaçõ galega com poder decisório e com vontade de que sejam respeitadas as variantes legítimas do nosso idioma na Galiza, do mesmo modo que o sõ as portuguesas o brasileiras em pé de igualdade:

1- Manutençõ em toda a Lusofonia da distinçõ gráfica entre verão / capitãm / cançõ, conseqüentemente com a sua realizaçõ diferente nas falas galegas e nos restos de falas nõ completamente uniformizadas do Norte de Portugal. Isto nõ suporia dificuldade para os falantes que nõ as distingam, já que essa distinçõ aparece nos plurais, e teria um efeito pedagógico beneficioso para esses falantes, já que contribuiria à manutençõ dos plurais originais frente à tendéncia à uniformizaçõ em -ões: verões, irmões, aldeões...

Esta é a mudança principal, pero nõ a devem fazer as falas galegas, para deixar de distinguir na escrita o que se distingue na fala. Seria como pedir-lhe aos portugueses que deixem de distinguir o "x" do "j" e escrebam "xusto" igual que "xisto", pero que se afagam a distingui-lo na fala, adaptando-se à normativa RAG, que nom tivo em conta essa diferenciaçom, ainda que exista também em terras de Galiza (na Límia Baixa!).

2- Recuperaçõ do ç- inicial para respeitar as falas onde se distingue do s- inicial. Norte de Portugal e boa parte de Galiza; "çanfona", "çapato"...

3- E, como regra geral, regulamentar o uso das consonantes que se neutralicem nas diferentes variantes do idioma, de maneira que se respeitem os usos das variantes onde nõ se neutralicem. Escrever assim: quigem, çapato, fusil, livro, xefe...

4- Eliminaçõ da seqüéncia -sc- em palavras como na[s]cer, acre[s]centar, já que nõ é conseqüente com a pronúncia na maioria de Galiza. O 's' nesses vocábulos é umha re-introduçõ desnecessária, já que as formas medievais eram sem "s", como nacer, crecer [pronunciado natser, nom nastser]. A pronúncia minoritária (mas a se espalhar polos meios de comunicaçõ) e pedante naxser é um produto dessa grafia artificial, nõ da evoluçõ da nossa língua. O mesmo seria dizer, num galego que distinguisse a s da ç/c, nasther.

5- Abandono do acento circunflexo:
a- Polo desnecessário e redundante do seu uso sobre a vogal "a", dado que aparece com regularidade sempre que vai seguida de nasal.
b- Polas diferenças de uso entre Portugal e o Brasil (António/Antônio) ou entre Portugal e Galiza (tendência/tendéncia), ou entre dialetos dentro desses próprios territórios, que geram ou gerariam formas duplas.
c- Pola pouca produtividade da oposiçõ fonológica entre vogais abertas e fechadas, reforçada por essa varibilidade dialetal, como assinala a Dra. Mira Mateus (http://www.iltec.pt/pdf/wpapers/2006-mhmateus-ortografia_portuguesa.pdf, pág.11-12).
d- Pola simplificaçõ ortográfica que supõe.

6-Recuperaçõ do trema banido polo último Acordo, necessário para distinguir a diferença entre "quente" e "conseqüente", por exemplo

7-Cambiar os finais ões, ães por õis, ãis.
a- Por maior aproximaçom às falas, nõ só da Lusofonia extragalaica, senõ também da Galiza nas terras onde esses plurais contenhem a semivogal: coraçois/coraçõis.
b-Em harmonia com os plurais das palavras terminadas em -l, que sofrérom um processo evolutivo similar, com a queda da "l" intervocálica, igual que a "n".

7.2 Também as formas verbais põi, põis (põe, pões) ou em palavras como mãi (mãe)

Os pontos 1, 2, 3 e 4 seriam necessários para um'a plena incorporaçõ de Galiza na Lusofonia a nivel gráfico.

O ponto 5 seria interessante para evitar formas duplas ou representações que nom sejam ajeitadas à prónúncia galega (como "tendência", que realizamos habitualmente com e aberto)

Os pontos 6 e 7 seriam aperfeiçoamentos do sistema gráfico.

8- Outra proposta (para um futuro utópico, despois de resolver os 7 pontos anteriores Wink ) seria representar o arquifonema nasal de final de palavra com n, e nom com m. Razões?
a- Em harmonia com ser representado no resto de neutralizações na nossa língua por "n", por exemplo, a final de sílaba no interior das palavras.
b- Por descarregar a escrita de traços: é mais cómodo ler um texto com muitos enes a outro com muitos emes: som menos garranchos Wink.
c- Em harmonia com o resto de línguas românicas.

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